Na hora de elaborar um anúncio de vaga de emprego, é importante deixar bem claro as habilidades técnicas e comportamentais exigidas (hard skills e soft skills). Assim, na hora de fazer a triagem dos currículos, o RH conta com CVs muito mais aderentes à posição.
Diversas empresas vão além e se interessam também pelas mad skills, que podem ser inclusive um fator de decisão na escolha entre um profissional e outro.
A seguir, entenda o conceito de mad skills que vem ganhando popularidade no mercado de trabalho e veja como você pode incentivar essas habilidades nos seus colaboradores.
O que são mad skills e sua importância no mercado de trabalho
Mad skills são as habilidades incríveis ou “fora de série”. Elas englobam o que faz um profissional ser diferente do outro, como experiências, interesses pessoais e hobbies.
O termo é conhecido de recrutadores nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, a tendência está ganhando força e, por isso, muitos RHs já mostram interesse pelas mad skills dos seus profissionais.
Basta olharmos alguns processos de recrutamento para vermos que essas habilidades são analisadas. Sabe a seção “experiências e interesses pessoais”? Pois é, ali é possível identificar as skills incríveis dos candidatos.
Mas, por que as mad skills são importantes? A beleza por trás dessas habilidades é que elas não foram impostas por alguma empresa ou situação, mas, sim, são escolhas individuais. Portanto, elas dizem muito sobre o perfil do candidato e do colaborador.
Por exemplo, uma pessoa que viveu fora do país por um tempo teve que conviver com uma cultura diferente da sua e precisou vencer diversas dificuldades. Isso pode mostrar que o indivíduo possui habilidades de pensar fora da caixa, resiliência e persistência.
Já quem gosta de correr e participa de maratonas, demonstra disciplina e foco. Um amante da leitura tem capacidade de concentração e de interpretação e mostra que possui curiosidade intelectual.
Entenda que, o que uma pessoa faz quando encerra o expediente e o que ela já vivenciou, podem dar diversos insights sobre como essa mesma pessoa poderá contribuir com a empresa e interagir com os demais colegas no ambiente de trabalho.
👉 Real Skills: o termo que está ganhando força na gestão de pessoas
Diferença entre mad skills, hard e soft skills
Além das mad skills, existem as conhecidas soft e hard skills. Abaixo explicamos sobre cada uma delas para você não ficar com nenhuma dúvida.
Mad skills
Como vimos até aqui, as mad skills são as habilidades incríveis. Em outras palavras, são aquelas que mostram o outro lado de uma pessoa (aquele que vai além do profissional).
Também conforme mostramos, elas dão aos recrutadores indícios de como um indivíduo lida com diferentes tipos de situações e como podem contribuir no dia a dia da empresa, como na capacidade de pensar fora da caixa e de ser versátil.
Muitas vezes, elas são deduzidas da prática de um esporte, da realização de uma atividade, de uma viagem, de um estilo de vida atípico, entre outros.
Hard skills
São as habilidades técnicas necessárias para exercer uma função. Elas foram adquiridas por meio de estudo e experiência, o que significa que podem ser identificadas pelas certificações e qualificações que um candidato destaca no currículo.
Uma característica das hard skills é que elas são facilmente mensuráveis. É o caso da habilidade de operar softwares específicos ou da fluência em algum idioma.
Soft skills
As soft skills são as habilidades interpessoais, ou seja, as competências subjetivas que o profissional possui. Exemplos incluem: criatividade, liderança, flexibilidade, resiliência, proatividade, inteligência emocional, entre outras.
Nesse ponto você pode se perguntar: mas soft skill não é a mesma coisa que mad skill? A resposta é não, porque no caso das mad skills, estamos falando de atividades, hobbies e interesses que fazem cada pessoa ser única.
Já as soft skills referem-se aos aspectos comportamentais. Saiba mais em:
👉 Soft Skills: o que são e por que você deve focar nelas na hora de contratar?
Exemplos de mad skills e seus benefícios profissionais
Agora que você entendeu bem o que são mad skills, vamos a alguns exemplos:
- Aulas de teatro: destaca habilidades de apresentação;
- Tocar um instrumento musical: criatividade, disciplina e habilidades motoras finas;
- Dança: disciplina, trabalho em equipe e habilidades motoras;
- Praticar esportes coletivos: trabalho em equipe, liderança e habilidades de comunicação;
- Aprender um novo idioma: adaptabilidade, habilidades de comunicação e abertura para novas culturas;
- Artesanato: habilidades manuais, criatividade e atenção aos detalhes.
- Fotografia: habilidades de observação, criatividade e também de atenção aos detalhes.
Sobre os benefícios de analisar as mad skills dos candidatos e dos colaboradores atuais, eles começam por mostrar quem é a pessoa fora do ambiente corporativo.
Isso ajuda a identificar traços de personalidade que são importantes para formar um ambiente de trabalho estimulante e diverso. Outra vantagem de conhecer as mad skills dos colaboradores é que elas mostram um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Como comentamos aqui, esse equilíbrio resulta em pessoas empenhadas, motivadas e felizes. Para a empresa, a consequência é o aumento da produtividade.
As habilidades incríveis também revelam o interesse da pessoa em se desenvolver fora do âmbito profissional, seja no que for. Além do mais, elas fornecem evidências de habilidades de liderança e interpessoais e revelam habilidades complementares.
Como identificar mad skills em candidatos
Nos candidatos, as mad skills podem ser identificadas no currículo, no caso de a vaga de emprego solicitar que o profissional liste seus hobbies e experiências.
No entanto, a melhor maneira de abordá-las é durante a entrevista, pois é um jeito de o recrutador conseguir deixar o momento mais leve e demonstrar interesse na pessoa.
Isso faz com que o candidato perceba que há uma vontade da empresa em conhecê-lo não apenas como profissional, aumentando a vontade dele em fazer parte da equipe.
Dicas para desenvolver mad skills nos colaboradores
As mad skills são espontâneas e partem da vontade de cada um. Sendo assim, são diferentes de um curso que alguém faz porque precisa para crescer na carreira. Por conta disso, não devem ser uma imposição da empresa.
Contudo, o RH pode contribuir para o desenvolvimento das habilidades fora de série. Ao fazer isso, deixa claro aos colaboradores o quanto a empresa se preocupa em apoiá-los a ter uma vida saudável e leve também fora do ambiente corporativo.
Mas como fazer sem impor? A verdade é que, embora elas não possam ser impostas, elas podem ser identificadas em uma conversa individual com os profissionais.
Por exemplo, empresas que possuem a cultura do feedback tendem a ter colaboradores muito mais abertos a compartilhar também sobre a vida pessoal.
Aos poucos, o gestor e o funcionário passam a se conhecer melhor. Assim, é possível identificar interesses pessoais que podem ser desenvolvidos. Dependendo do caso, o RH pode até realizar ações na empresa e/ou eventos.
Imagine, por exemplo, que várias pessoas na organização gostem ou possuam interesse em ler. Por que não criar um clube do livro? Ou criar um grupo para trocar ideias sobre artesanato? Essas ideias ajudam inclusive a aumentar o engajamento dos funcionários!
É possível também fazer convênio com escolas de dança, artes e de idiomas. Tudo isso, claro, focando em estimular as mad skills dos colaboradores e jamais pensando em forçá-los a se encaixar.
Afinal, lembre-se que as habilidades fora de série devem partir do interesse pessoal (mas não tem nada de errado dar um empurrãozinho).
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