Como e por que criar um comitê de diversidade na empresa

A diversidade é uma pauta importante dentro das empresas e cada vez mais companhias vêm aderindo a ela. A pesquisa Global de Diversidade e Inclusão, da PwC, mostrou que 76% das empresas ouvidas estão investindo em políticas de diversidade interna. O primeiro passo para isso  é criar um comitê de diversidade.

Além de se mostrarem atentas à realidade externa, respeitosas quanto às diferenças e pertencentes a seu tempo, as empresas que investem em diversidade colhem frutos financeiros importantes.

Outra pesquisa, agora da McKinsey & Company Organization, mostra que as companhias que têm diversidade de gênero nas equipes executivas têm um EBIT (lucro antes de juros e tributos) 33% maior do que as que não apresentam esse tipo de iniciativa. 

Neste artigo, você vai entender como a diversidade contribui para um dia a dia mais produtivo para as empresas e aprender como criar um comitê para incentivá-la. Vamos juntos?

 

Por que a diversidade é importante?

Vivemos em um mundo plural, não é verdade? Nunca antes as pessoas tiveram tanto espaço para assumir suas diferenças e se fortalecer nelas.

As redes sociais tiveram grande impacto nessa liberdade de expressão, afinal, independente do seu gosto é possível encontrar um grupo com opiniões parecidas que o façam sentir pertencente. 

Os grupos minorizados também entraram nessa e encontraram uma voz que por muito tempo foi abafada.

Olhando para esse cenário, as empresas não podem mais fingir que a pluralidade de realidades, opiniões, orientações sexuais, gênero, etnias, religiões, idade, entre outros, não existe. 

Mas como falar com todos os grupos se o negócio é composto por pessoas “iguais”? Para oferecer diversidade é preciso ter conhecimento de causa, por isso, as empresas precisam ser compostas por pessoas diferentes, com talentos e experiências de vida complementares. 

A diversidade traz para as empresas benefícios como:

  • maior criatividade e potencial de inovação;
  • soluções mais efetivas;
  • produtos e serviços mais eficientes;
  • maior atração e retenção de talentos;
  • maior adaptabilidade ao mercado.

 

O que é um Comitê de diversidade?

Mas se você chegou até esse texto, provavelmente tem familiaridade com os benefícios de uma empresa diversa. A sua dúvida deve ser quanto ao Comitê de diversidade. Essa é uma “instituição” dentro das companhias responsável por promover e proteger a pluralidade

O comitê deve ser formado por pessoas diferentes e que defendem diversas causas, além de membros da alta direção da empresa.

Isso é importante para que os colaboradores entendam que o negócio realmente apoia as ações do comitê.

O comitê de diversidade deve ser um espelho do que a instituição quer se tornar. Por isso, precisa dar espaço para que as pessoas deem ideias, precisa ser inclusivo e ser  condizente com a cultura do negócio

Isso tudo é importante para dar efetividade ao comitê. Se ele for deslocado da realidade da empresa e dos seus objetivos como negócio, dificilmente trará soluções que terão um impacto verdadeiro. 

O comitê não pode, de jeito nenhum, ser apenas um item decorativo para que a empresa se promova no mercado. Por isso a importância de ter alguém da alta diretoria em seu board. 

Essa pessoa dá a segurança para os colaboradores — e para o mercado — de que a iniciativa faz parte do que a empresa acredita.

 

O que faz um Comitê de diversidade?

Esse grupo será responsável por promover e proteger a diversidade dentro da empresa. Por isso, sua principal função é entender como tornar a companhia mais plural e como construir um ambiente acolhedor para todas as pessoas.

A prioridade do comitê deve ser o público interno. Só uma empresa com uma política bem estabelecida de diversidade consegue atrair e reter talentos plurais.

Nessa frente, o comitê pode ter como ações:

 

1. Criar fóruns de diversidade

Para dar voz a todos dentro do negócio, podem ser pensados encontros que expliquem  e discutam diferentes realidades.

 

2. Promover espaços de integração

As pessoas se unem pelo o que têm em comum, criar espaços que os colaboradores se conheçam além do trabalho ajuda a criar uma identificação entre as pessoas, incentivando a inclusão.

 

3. Adaptar os espaços comuns

Pessoas com necessidades especiais precisam, muitas vezes, de lugares acessíveis. Garantir que todos terão suas necessidades atendidas é papel também do comitê de diversidade.

 

4. Gerar debate

É comum que as pessoas tenham dúvidas quanto ao desconhecido, por isso, o comitê deve criar um espaço saudável de conhecimento, de compartilhamento de vivências e de questionamento.

 

5. Vigilância

Faz parte do trabalho criar um espaço amigável à diversidade e estar vigilante para atitudes excludentes e preconceituosas.

O comitê deve servir como uma ouvidoria e mediar conflitos, garantindo um espaço seguro para todos. 

Tendo uma base de respeito, espaço de compartilhamento de ideias e estrutura amigável a diferentes necessidades, o comitê já pode começar a pensar em ações para atrair talentos diversos.

É importante dar o primeiro passo internamente para que, no futuro, os contratados não vejam discrepância entre o discurso e a prática da empresa. 

Para atrair talentos diversos, algumas ações podem ser:

  • Ter parcerias com grupos minorizados: se você procurar talentos sempre no mesmo lugar, vai encontrar sempre o mesmo tipo de pessoa. Fazer parceria com agências de emprego representantes de grupos como transgêneros, por exemplo, faz com que a empresa encontre talentos com perfis plurais.

 

  • Valorizar mais conhecimento e soft skills: ao priorizar currículos extensos e com instituições de renome, as empresas acabam sempre contratando pessoas com vivências e estilos parecidos. Muitas vezes, um profissional não fez a melhor universidade, nem estagiou em grandes empresas, mas apresenta as soft skills necessárias para o cargo, além de trazer visões e experiências diferenciadas. 

 

  • Ter uma comunicação inclusiva: para falar com todos os públicos as empresas precisam pensar em uma linguagem inclusiva. Aqui não é preciso usar o X ou o E para tirar o gênero das palavras, mas que tal priorizar “Pessoa que desenvolve software” no lugar de “desenvolverdor”? Ou ainda, colocar legendas nas imagens para quem tem dificuldade de enxergar poder entender o recado? Ou divulgar as vagas em diferentes espaços, para que cheguem a diferentes pessoas?

 

  • Promover ações que favoreçam a diversidade para além do escritório: a responsabilidade social de um negócio vai além de sua estrutura física. Dar oportunidade de conhecimento para pessoas que não a teriam por meio de cursos gratuitos, oferecer espaços de lazer construtivo para jovens, criar círculos de discussão e grupos de acolhimento para minorias são algumas das atitudes que as empresas que priorizam diversidade podem pensar para ter um impacto real na sociedade.

 

Por que ter um comitê de diversidade?

Tudo isso ajuda na consistência da marca. Uma empresa que se diz diversa precisa dessas duas frentes bem estruturadas para irem além do discurso e serem reconhecidas, verdadeiramente, como plurais.

Só assim gerarão valor para a marca, aumentando o seu brand awareness, e para os colaboradores, se posicionando como uma marca empregadora.

A diversidade precisa estar presente em ações reais e consistentes do negócio. 

Por isso a importância do comitê da diversidade. Formado por pessoas com conhecimento de causa, ele pode trazer soluções realmente efetivas para aumentar a diversidade e a inclusão nas empresas.

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